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Transtorno Amnéstico: Compreendendo a Perda de Memória

O Transtorno Amnéstico é uma condição neurológica que se caracteriza pela perda de memória significativa e persistente, geralmente associada a dificuldades para recordar informações previamente armazenadas ou para formar novas memórias. Este distúrbio é classificado no DSM-5 (Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais, 5ª edição), como um tipo de transtorno neurocognitivo, e pode surgir por uma série de causas, incluindo lesões cerebrais, doenças neurológicas, abuso de substâncias ou condições médicas que afetam diretamente o cérebro.

O que é o Transtorno Amnéstico?

De acordo com o DSM-5, o Transtorno Amnéstico se caracteriza por uma incapacidade de formar novas memórias ou de recordar informações que foram adquiridas anteriormente (American Psychiatric Association, 2013). Esse distúrbio pode ocorrer devido a diferentes fatores, como lesões cerebrais traumáticas, abuso de substâncias ou doenças como a demência e o alcoolismo crônico. As pessoas com esse transtorno geralmente demonstram um nível reduzido de funcionamento social e ocupacional, já que a perda de memória impacta significativamente sua vida diária.

O transtorno pode se manifestar de duas formas principais:

  1. Amnésia Anterógrada: A dificuldade em formar novas memórias após o início da doença ou lesão. A pessoa com esse tipo de amnésia pode ter problemas em recordar eventos ocorridos após o início do transtorno, mas ainda pode lembrar de acontecimentos antigos.
  2. Amnésia Retrograda: A perda de memória de eventos que ocorreram antes do início do transtorno. Nesse caso, o indivíduo pode ter dificuldades para recordar informações específicas sobre o passado, como o nome de pessoas com quem teve contato ou eventos importantes de sua vida.

Causas e Fatores de Risco

As causas do Transtorno Amnéstico são diversas e podem incluir:

  • Lesões Cerebrais Traumáticas (LCT): Impactos diretos no cérebro, como os causados por acidentes de carro, quedas ou ferimentos, podem prejudicar áreas do cérebro responsáveis pela memória, como o hipocampo.
  • Abuso de Substâncias: O uso excessivo de álcool ou drogas pode afetar de forma severa a memória. O alcoolismo crônico, por exemplo, é uma causa comum de amnésia, já que o álcool pode danificar permanentemente as células cerebrais.
  • Doenças Neurológicas: Algumas condições, como a doença de Alzheimer e outras formas de demência, podem provocar perda de memória progressiva, sendo o Transtorno Amnéstico um dos sintomas mais evidentes.
  • Condições Médicas: Infecções, tumores cerebrais e complicações do cérebro, como acidentes vasculares cerebrais (AVCs), também podem desencadear esse transtorno.

Sintomas e Diagnóstico

Os principais sintomas do Transtorno Amnéstico incluem a dificuldade de lembrar de eventos passados ou de aprender novas informações. Como a memória de curto prazo é afetada, a pessoa pode ter dificuldades em lembrar o que aconteceu recentemente ou em reter novas informações, como o que fez ao longo do dia. Além disso, podem ocorrer lapsos temporais em que a pessoa não consegue se lembrar de horas ou até mesmo dias inteiros.

No diagnóstico, é importante que o profissional de saúde realize uma análise detalhada do histórico do paciente, incluindo o tempo de início dos sintomas, a presença de lesões cerebrais ou doenças subjacentes, e a avaliação de outros possíveis transtornos neurológicos. O uso de exames neurológicos, como tomografias ou ressonâncias magnéticas, pode ser fundamental para determinar a presença de danos cerebrais ou de outras condições que possam estar causando os sintomas.

Tratamento e Prognóstico

O tratamento para o Transtorno Amnéstico pode envolver uma combinação de abordagens, dependendo da causa subjacente. Em casos de lesões cerebrais, o tratamento pode focar na reabilitação cognitiva, com o objetivo de ajudar o paciente a recuperar ou compensar as funções perdidas da memória. O acompanhamento psicológico e psicoterápico é fundamental para ajudar o paciente a lidar com a frustração e as dificuldades relacionadas à perda de memória.

Em casos relacionados ao abuso de substâncias, o tratamento da dependência química é essencial para que o paciente consiga recuperar alguma função cognitiva e prevenir o agravamento do transtorno. Em outros casos, como no caso da doença de Alzheimer, o tratamento é focado em retardar a progressão da doença e fornecer suporte ao paciente e aos familiares.

O prognóstico varia de acordo com a causa do transtorno. Se for tratada uma causa subjacente, como um AVC ou abuso de substâncias, a recuperação pode ser parcial ou completa. Porém, se a condição estiver associada a doenças neurodegenerativas como a demência, o quadro pode ser progressivo e irreversível.

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Referências Bibliográficas

AMERICAN PSYCHIATRIC ASSOCIATION. Diagnostic and statistical manual of mental disorders. 5. ed. Arlington: American Psychiatric Publishing, 2013.

BERG, L. "The impact of Alzheimer's disease on memory and learning." Journal of Cognitive Neuroscience, 2010.

KAPLAN, H. I.; SADOCK, B. J. Compêndio de psiquiatria: Ciências do comportamento e transtornos psiquiátricos. 10. ed. Porto Alegre: Artmed, 2007.

KIRK, R. S. et al. "Neuropsychological aspects of amnesia and its impact on cognitive function." Neuropsychology Review, 2012.

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