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Luto Materno

O luto materno é um fenômeno caracterizado por sofrimento intenso e que traz impactos psicossociais importantes. No início do luto, a mãe percebe essa vivência como insuportável e os sentimentos que emergem

, podem durar por meses ou anos, não podendo ser observado em fases ou como estado patológico, e sim na complexidade de incluir seus aspectos intermináveis, e que nunca haverá de fato um fim. As mães que experimentam a dor de perder seu filho(a), independente da forma em que ocorre a perda, ou mesmo a idade do filho(a), são acometidas de muitos sentimentos negativos e sensações físicas ao mesmo tempo. Essa “mistura de sentimentos e sensações”, podem alterar as funções de todo organismo, sendo relatados como “destruição de mundo”, uma “dor insuportável” ou ainda, o desejo de morte ou a sensação de morte.

Existem as perdas socialmente negadas, presentes no luto não autorizado das mães, não podendo ser expresso e vivenciado abertamente, quando o vínculo rompido é invalidado pela sociedade. O luto não autorizado está relacionado a situações como as perdas gestacionais, abortos provocados, AIDS, suicídio e também tráfico de drogas. Estas mães encontram dificuldades de falar sobre seus sentimentos de luto devido aos estigmas sociais.

Socialmente a perda de um filho(a) é vista como insuportável não permitindo que as pessoas se aproximem, o que pode levar as mães a um lugar de solidão. O homem sempre abominou a morte, associando este evento a uma ação maléfica, um acontecimento horroroso, um medo universal, algo que representa castigo, sendo mais fácil negá-la. A mãe enlutada é quem mais sente a invisibilidade sofrida pelo seu luto, muitas vezes levando a acreditar que está vivendo seu luto de forma patológica. Na tentativa de recriar seu mundo alterado é que o sujeito procura subsídios dentro de si, dentro daquilo que conhece, porém não há histórico que possa dar conta dessa nova situação, no caso das mães, fazendo com que acreditem estar loucas ou não estar vivendo seu luto de maneira correta.

A perda do filho(a) é um acontecimento que muda a vida, modificando a forma da mãe enxergar o mundo, a família e a si mesma, podendo levar a graves consequências para sua saúde física e psicológica. A perda do filho(a) gera na mãe a perda de seu mundo compartilhado, alterando o ambiente familiar, no qual se converte em um lugar de dolorosa ausência e vazio. Tais apontamentos, revelam o caráter transformador do luto, devendo ser entendido como um ajuste gradual à perda e permitindo a reintegração das realidades conflitantes.

Referências:

BRICE, C.W (1991). O que significa para sempre: uma investigação empírica existencial-fenomenológica do luto materno. Journal of Phenomenological Psychology, 22 (1), 16-38.

DSM-5 Manual Diagnóstico e estatístico de Transtornos Mentais [American Psychiatric Association] 5. ed. Porto Alegre: Artmed, 2014.

FRANCO, M. H. P. O luto no século 21: uma compreensão abrangente do fenômeno.

Maria Helena Pereira Franco. - 1. ed. - São Paulo: Summus, 2021.

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