A avaliação para investigar Transtorno do Espectro Autista (TEA) em adultos é um processo clínico estruturado, que combina entrevista clínica, história do desenvolvimento, observação padronizada e testes neuropsicológicos. O objetivo é confirmar ou afastar TEA, mapear forças e necessidades, e diferenciar condições que podem gerar quadros semelhantes (p. ex., TDAH, transtornos de ansiedade, depressão, traumas). Diretrizes internacionais recomendam abordagem em equipe, com instrumentos validados e foco na experiência da pessoa avaliada.
1) Entrevista clínica e história de vida
Começa-se com uma entrevista detalhada sobre comunicação social, interesses restritos, sensibilidades sensoriais, início e trajetória dos sinais ao longo da vida. Sempre que possível, inclui-se um informante (familiar, parceiro, amigo) para ampliar a visão. Os critérios diagnósticos atuais exigem evidências ao longo do desenvolvimento e em múltiplos contextos.
2) Observação clínica padronizada
Ferramentas observacionais ajudam a documentar comportamentos sociais típicos do espectro. O ADOS-2 (Módulo 4) é amplamente utilizado em adultos verbalmente fluentes, com desempenho de sensibilidade e especificidade adequados quando aplicado por profissionais treinados. Novas alternativas, como o BOSA, podem ser consideradas em contextos específicos.
3) Questionários e rastreios
Instrumentos de autorrelato podem sugerir a presença de traços autísticos e orientar a triagem, mas não fecham diagnóstico sozinhos. Exemplos incluem RAADS-R e SRS-2 (versões para adultos), cuja utilidade depende do contexto clínico e deve ser interpretada por especialistas.
4) Testes neuropsicológicos
A bateria neuropsicológica descreve o perfil cognitivo (atenção, funções executivas, memória, linguagem, velocidade de processamento e cognição social). Em adultos, os achados são heterogêneos e servem sobretudo para delinear necessidades funcionais e realizar diagnóstico diferencial, não para “provar” TEA isoladamente.
5) Máscara/camuflagem — especialmente em mulheres e pessoas AFAB
Muitas mulheres e pessoas socializadas como mulheres relatam camuflagem (esforço consciente para “mascarar” dificuldades sociais). Isso pode atrasar diagnósticos e tornar a avaliação mais sutil, exigindo olhar clínico sensível e múltiplas fontes de informação.
6) Condições associadas e diagnóstico diferencial
É frequente a coocorrência de TDAH, ansiedade, depressão e outras condições que podem mimetizar ou amplificar traços do espectro. As diretrizes recomendam investigação ampla e um plano de cuidados integrado.
7) Devolutiva e plano de cuidados
Ao final, a pessoa recebe devolutiva clara, com:
- Conclusão diagnóstica (ou hipóteses e próximos passos);
- Mapa de forças e desafios;
- Recomendações práticas (adaptações no trabalho/estudo, estratégias de autorregulação sensorial, psicoterapia, manejo de comorbidades, encaminhamentos). Diretrizes internacionais reforçam a importância de acesso a suporte pós-diagnóstico.
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