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Entendendo o Transtorno de Personalidade Borderline (TPB)

Entendendo o Transtorno de Personalidade Borderline (TPB)

O Transtorno de Personalidade Borderline (TPB) é uma condição mental que afeta como uma pessoa pensa, sente e se comporta. Caracteriza-se por padrões persistentes de instabilidade nos relacionamentos interpessoais, na autoimagem e nas emoções, além de impulsividade significativa.

Sintomas Comuns do TPB:

  1. Instabilidade nos Relacionamentos: Pessoas com TPB frequentemente têm relacionamentos intensos e instáveis, alternando entre idealização e desvalorização de outras pessoas.
  2. Mudanças de Humor: Flutuações intensas e rápidas no humor, que podem incluir raiva, depressão e ansiedade.
  3. Autoimagem Instável: Sentimentos crônicos de vazio e mudanças frequentes na identidade pessoal, autoimagem ou objetivos.
  4. Comportamentos Impulsivos: Como gastar dinheiro de forma imprudente, comportamentos sexuais de risco, abuso de substâncias, compulsões alimentares, entre outros.
  5. Pensamentos Paranoides ou de Dissociação: Sentimentos de desrealização (como se estivesse fora do corpo) ou despersonalização (sentimentos de que o mundo não é real).

Diagnóstico e Critérios:

O diagnóstico do TPB é baseado nos critérios estabelecidos no Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-5), publicado pela Associação Americana de Psiquiatria. Para ser diagnosticada com TPB, uma pessoa deve apresentar pelo menos cinco dos seguintes sintomas:

  • Esforços frenéticos para evitar o abandono real ou imaginado.
  • Padrão de relacionamentos interpessoais instáveis e intensos, alternando entre extremos de idealização e desvalorização.
  • Instabilidade da autoimagem ou da identidade.
  • Impulsividade em áreas que são potencialmente prejudiciais (por exemplo, gastos, sexo, abuso de substâncias, direção irresponsável, compulsão alimentar).
  • Comportamentos suicidas recorrentes, tentativas ou comportamento automutilatório.
  • Instabilidade afetiva devido a uma reatividade acentuada do humor (por exemplo, episódios intensos de raiva, ansiedade, disforia, que geralmente duram algumas horas e raramente mais de alguns dias).
  • Sentimentos crônicos de vazio.
  • Raiva inadequada e intensa ou dificuldade em controlar a raiva (por exemplo, episódios frequentes de raiva, raiva constante, lutas físicas recorrentes).
  • Sintomas dissociativos relacionados ao estresse.

Tratamento e Manejo:

O tratamento do TPB é multifacetado e envolve diferentes abordagens psicoterapêuticas. A escolha do tratamento depende das necessidades e características individuais de cada paciente. As principais abordagens incluem:

  1. Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC): A TCC ajuda o paciente a identificar e modificar padrões de pensamento e comportamento prejudiciais. Ela foca em ensinar habilidades de enfrentamento e resolução de problemas para melhorar o controle das emoções e diminuir comportamentos impulsivos.
  2. Abordagem Psicanalítica: A psicanálise busca compreender os conflitos inconscientes que podem estar por trás dos comportamentos impulsivos e da instabilidade emocional. Através da livre associação, interpretação dos sonhos e análise da transferência, o paciente pode explorar suas experiências passadas e os fatores emocionais não resolvidos que contribuem para o TPB. A psicanálise pode ajudar o paciente a integrar aspectos de sua personalidade, promovendo uma maior estabilidade emocional.
  3. Abordagem Existencial: A psicoterapia existencial foca no significado da vida e nas escolhas que o indivíduo faz diante do sofrimento. No tratamento do TPB, essa abordagem ajuda o paciente a lidar com o vazio existencial e a busca por sentido, incentivando a aceitação da impermanência das emoções e a busca por uma identidade autêntica. A terapia existencial pode promover maior compreensão de si mesmo e de seus valores, ajudando o paciente a lidar com as questões de autoimagem e insegurança.
  4. Gestalt-terapia: A Gestalt-terapia concentra-se no aqui e agora, ajudando o paciente a tornar-se mais consciente de seus sentimentos, comportamentos e pensamentos. A abordagem enfatiza o aumento da autoconsciência e a integração dos diferentes aspectos da personalidade. Para pacientes com TPB, a gestalt-terapia pode ajudar a melhorar a percepção de si mesmo e dos outros, além de promover a autorregulação emocional e a autenticidade nos relacionamentos interpessoais.
  5. Tratamento Medicamentoso: Embora os medicamentos não tratem diretamente o TPB, eles podem ser usados para controlar sintomas específicos, como depressão, ansiedade ou impulsividade. Antidepressivos, estabilizadores de humor e antipsicóticos podem ser prescritos dependendo dos sintomas apresentados pelo paciente.

Conclusão:

O Transtorno de Personalidade Borderline pode ser desafiador, mas com o tratamento adequado, muitas pessoas podem melhorar significativamente sua qualidade de vida. A psicoterapia é a principal forma de tratamento, ajudando o paciente a entender seus sentimentos, melhorar os relacionamentos e controlar comportamentos impulsivos. Se você ou alguém que você conhece está enfrentando sintomas semelhantes aos descritos aqui, é importante procurar ajuda de um profissional de saúde mental qualificado.

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Referências:

  • American Psychiatric Association. (2013). Diagnostic and statistical manual of mental disorders (5th ed.). Arlington, VA: American Psychiatric Publishing

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